CASA GRANDE HOTEL

ficha técnica

Projeto de engenharia integrada para um hotel, residências, SPA, Centro de Convenções e Pavilhão Social, contemplando fundações, estruturas, instalações elétricas, automação, hidráulicas e de combate a incêndio, sistemas de ar-condicionado e climatização e estudo de conforto ambiental. As principais edificações são duas torres com cerca de 70 metros de altura (20 pavimentos) e 3 subsolos, destinadas a serviços, estacionamento, hotel e habitação, totalizando cerca de 110.000 m². 

No que diz respeito à estrutura dos pisos enterrados, foi proposta uma solução de concreto armado moldado “in loco”. Assim, para além das paredes diafragma e paredes dos núcleos de escadas e elevadores em concreto armado, foram propostos pilares em concreto com seção retangular compatibilizados com o layout do estacionamento. As lajes vencem assim vãos de cerca de 10 m em ambas as direções, se propondo uma solução de lajes aligeiradas bidirecionais (tipo cubeta), com espessura total de 40 cm.

A superestrutura das duas torres é composta por uma combinação de duas tipologias estruturais distintas:

  • estruturas em concreto armado, com regularidade em planta e altura que permite a adoção de elementos verticais de apoio e travamento, servindo de "âncora" da estrutura para ações horizontais;

  • estruturas metálicas na área do saguão de cada uma das duas torres, com um número reduzido de apoios verticais, que obriga à suspensão dos pisos ao longo de grandes vãos recorrendo a treliças com 9 m e 10,5 de altura, na torre 01 e 02, respetivamente. Na torre 02 as treliças permitem vencer um vão livre de 54 m. A utilização de uma estrutura em aço permite, por um lado, torná-la mais leve em comparação com uma solução em concreto armado, e, por outro, conceber uma estrutura que seja mais facilmente transportada e montada no local;

  • os pavimentos suportados pelas treliças são constituídos por lajes mistas steel-deck, em geral com 0.14m de espessura. As lajes vencem vãos da ordem dos 2.50m e são apoiadas em perfis metálicos do tipo “W” alveolares com altura total de 0.40m de altura e vencendo vãos de 10,20 m, perfazendo assim uma solução estrutural de piso mista com 0.54m de altura (laje + viga). Esta solução permite otimizar a altura total de pavimento, aumentando o espaço livre para o pé direito, uma vez que as instalações passarão nos alvéolos circulares de 20cm de diâmetro. 

Para atender às necessidades do complexo, foram propostas três reservas de água, sendo: 1560m³ de água potável, 200m³ de água de reuso, destinada aos pontos de rega e lavagem, e 162m³ para reserva técnica de incêndio, atendendo os sistemas de hidrantes e chuveiros automáticos. De forma a atender o conceito arquitetônico do empreendimento, todos os reservatórios foram locados nos subsolos e a distribuição da água é feita a partir de grupos de pressurização.

A produção de água quente nas habitações será individualizada, havendo um equipamento produtor de água quente em cada apartamento (boiler elétrico). Nos restantes espaços, de uso público, se propõe produzir água quente para os espaços de uso público através da recuperação de calor dos chillers que vão fazer a produção de água fria para climatização.

Como medida de otimização energética e fazendo uso da fachada envidraçada, se propôs possibilidade de recurso a um sistema natural de ventilação e resfriamento ambiente. Se pretende desta forma fazer uso da capacidade de resfriamento natural permitindo aos ocupantes adaptar de uma forma responsável e sustentável o seu conforto à evolução das condições exteriores. 

Para os espaços de apartamento são propostos sistemas de climatização de expansão direta, de funcionamento a gás R410a, compostos por unidades exteriores, localizadas nas varandas, e unidades interiores de conduta. Para os espaços localizados abaixo do 2º pavimento, majoritariamente espaços sociais, de grandes áreas e utilização diversificada, se propõe como solução de produção de energia térmica a utilização de um sistema centralizado a água, recorrendo a equipamentos do tipo “chiller”. Para os pisos de estacionamento enterrados ou semienterrados está prevista a instalação de um sistema de controle de poluição (CO) e controle de fumaça do tipo mecânico composto por ventiladores axiais ligados diretamente ao exterior, por intermédio de poços ingleses.

O complexo contará com uma subestação geral de entrada, duas medições de energia na média tensão e cinco subestações de transformação de energia. Estão previstos quadros elétricos em salas adjacentes às subestações transformadoras assim como distribuídos em todo o complexo de forma a garantir a mais efetiva distribuição elétrica. Todos os apartamentos possuirão quadro de energia próprio. O complexo contará com três Geradores Biodiesel e serão instalados na área externa à edificação com potência prime de 500kVA e 750kVA.

âmbito do projeto: projeto integrado (fundações, estruturas, elétrica, telecomunicações, automação, hidrossanitário, climatização, prevenção e combate a incêndio, conforto ambiental)

arquitetura: Studio Arthur Casas

local: Guarujá - SP

projeto: 2018

renderização: Studio Arthur Casas

dados de projeto

área de intervenção / construção: 109.960 m²

num. pavimentos: 20

num. subsolos: 3

reserva água potável: 1.760 m³

reserva incêndio: 162 m³

potência entrada: 10.673 kVA

geradores: 1.700 kVA